Lições da Arquitetura: leituras a partir de poéticas

Tese de doutorado _ FAUUSP _ 2016

Este trabalho tem origem na inquietação teórica desde a perspectiva do projeto, isto é, desde quem está na posição de, por assim dizer, produzi-lo, atendendo à cadeia de decisões e operações que lhe dão origem. Apoia-se no princípio de que estética constitui reflexão filosófica tanto quanto reflexão empírica de maneira indissociável e complementar. Investiga conceitos que giram em torno de valores, contemporâneos ou não, de estética, de arte, de literatura, e de outras áreas do conhecimento aplicados à arquitetura. Paralelamente, examina obras em sua maioria brasileira e pertencente ao que se acostumou a chamar de movimento moderno; entretanto, inclui significativas exceções ao grupo escolhido. Evitando reduzir as obras em enquadramentos, assim como as ideias em programas fechados, insiste na singularidade e na multiplicidade de cada uma delas para estabelecer uma estrutura em que os capítulos resultam entrelaçados de tal modo que as lições dialogam entre si e as análises constroem pontes entre as obras e entre arquitetos e outros profissionais, delimitando o que é e deve ser a arquitetura. Desse modo, propõe cinco lições fundadas na arquitetura, condicionadas por leituras desenvolvidas a partir de poéticas – construções de linguagens amparadas no campo do fazer –; essencialmente positivas, mas envolvidas na ideia precípua da simultaneidade, e não da linearidade; reiterando permanências, bem como sugerindo a possibilidade de novos pontos de vista para o debate contemporâneo.

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A arquitetura de Álvaro Siza: três estudos de caso

Dissertação de mestrado _ FAUUSP _ 2001

Este estudo tenta compreender algumas das principais contribuições da obra de Álvaro Siza para a disciplina da Arquitetura. Observando que seus trabalhos não partem de regras preestabelecidas tampouco fixam uma linguagem, verifica que o sentido de sua arquitetura não deve ser compreendido dentro das classificações habituais. Recorre, então, aos próprios edifícios para reconhecer os termos para uma interpretação mais ampla e, a título de aproximação, analisa três de suas obras singulares – Casa de Chá da Boa Nova (1958-63), Banco Borges & Irmão III (1978-86) e Centro Galego de Arte Contemporânea (1988-93) – mediante diversas hipóteses de leitura: forma e programa, composição espacial e luz, estrutura e construção etc. Considerando cada obra como parcela do próprio contexto, constata que é no confronto com a realidade da cultura e da sociedade como um processo de constantes mudanças, onde construção e destruição vão se justapondo ou sobrepondo através dos tempos, que Siza elabora seu método, (re)descobre modelos, (re)interpreta técnicas, assimila influências e acaba, com obras que contrariam a “pureza” que se acostumou esperar da arquitetura “moderna”, sugerindo a possibilidade de uma continuidade criativa da história e até mesmo estabelecendo os limites de sua transformação.

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